18 julho 2005

De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter

(De-Lovely) EUA, 2004.
Para quem não conhece Cole Porter (1891-1964), foi ele o compositor de Night and Day, música tocada por vários artistas de peso, entre eles Sinatra, Tony Bennet, Nat King Cole e até U2. Suas músicas foram cantadas e regravadas ao longo destes últimos 50 anos à exaustão.
Para quem gostaria de conhecer um pouco mais sobre a vida dele, aconselho que compre uma biografia ou algo do gênero, pois este filme sofre de americanice aguda e provavelmente não vai lhe acrescentar nada. Por que? Veja.
Primeiro: na tentativa de criar uma obra mais dinâmica utilizando o sistema de filme dentro do filme o diretor (Irwin Winkler) já tropeça no início da película;
Segundo: a história é contada de forma rasa e inócua, ignorando o uso de drogas pesado que Porter fez;
Terceiro: a homosexualidade de Porter é tratada com muita sutileza, quando é sabido que ele pegava bastante pesado e não era feliz em seu casamento com Linda Porter;
Quarto: a tentativa de fazer um musical, eu disse tentativa pq o filme não é nem drama, nem romance e nem musical; e
Quinto: o desperdício de elenco tão afiado deveria ser crime inafiançável. Quanto desperdício Kevin Kline!!!!

Fuja se você espera um pouco mais para seus neurônios do que uma diet coke.

14 julho 2005

Capitão Sky e o Mundo de Amanhã

(Sky Captain and the World of Tomorrow) EUA, 2004
Resultado da extrema devoção de Kerry Corran à sua paixão, o cinema. Capitão Sky, demorou longos anos para finalmente virar película. Tudo começou com uma idéia e um micro-computador. Durante 4 anos Corran desenvolveu um curta-metragem em seu Macintosh a custo zero. Com a ajuda do irmão desenhista e vários amigos fazendo pequenas pontas conseguiu concluir seu projeto de vida. Depois de pronto mostrou as pessoas certas e após outros 2 anos o filme foi realizado na íntegra.
A história é um miste de sessão da tarde com film noir. Toda a filmagem foi feita sob tela azul e depois inseridos digitalmente os cenários. Tudo é de mentira. Menos os atores.

Jude Law e Gwyneth Paltrow são os mocinhos do filme, tentando desvendar uma trama que envolve um maluco que está raptando importantes cientistas para alguma plano maléfico.
É.....bem....a história é bem bobinha mesmo....eu diria que tudo aquilo que o filme tem de bárbaro no visual, falta em conteúdo e ritmo. A história simplesmente não funciona....sobra tecnologia, mas....
Os atores se esforçam notadamente, mas se vê a dificuldade deles em atuar em cima de algo que não se enxerga...e não estou falando de algumas cenas, mas o filme inteiro. Complicado.
De qualquer forma, acredito que valha a trip...até porque dá para ficar de queixo caído com algumas cenas.
Para fechar eu digo o seguinte: serve de piloto para aquilo que esta por vir, afinal de contas alguém duvida que o cinema como conhecemos está com os dias contados?

11 julho 2005

Batman Begins

EUA, 2005
Finalmente a Warner acordou e entregou-se à qualidade ao invés da invenção!
Após o retumbante fracasso de Batman e Robin (1997), dirigido pelo inconstante Joel Schumacher, a série foi aposentada e somente agora ressucitada pelas mãos do hábil Christopher Nolan (Amnésia e Insônia). Junte-se o devido crédito ao roteirista David S. Goyer (Blade I, III e III), que recriou o universo batmaníaco e devolveu o ar escuro e sombrio que os quadrinhos quase sempre passaram.

Liam Neeson, Morgan Freeman, Gary Oldman, Michael Caine, Katie Holmes (a única falha, mas o filme é tão bom que a gente nem nota a presença insossa dela), Cillian Murphy, Rutger Hauer, Tom Wilkinson e Ken Watanabe recheiam esta fantástica aventura recheada de ação, drama, suspense e muitos apetrechos (prestem atenção no Batmóvel!!!).
Nolan amealhou um elenco excepcional e recriou um filme com personagens de carne e osso. Deixa-se de lado os vilões caricatos dos filmes anteriores para estes excelentes Ra's Al Ghul, Espantalho e Falcone. Christian Bale (do excelente Psicopata Americano) - ou seria Bruce Wayne? - é também peça mais do que importante para fazermos acreditar neste novo Batman, pois o recria com maestria e muuuito sofrimento.
Sem dúvidas, um Batman com passado, presente e provavelmente futuro (quem vai dizer isso são as bilheterias). Bárbaro.

05 julho 2005

Balzac e a Costureirinha Chinesa

(Balzac et la Petite Tailleuse Chinoise) França/China, 2002.
Em 1971 a Revolução Cultural de Mao Tse-Tung varreu a China, fechando universidades e banindo "intelectuais reacionários", levando jovens rapazes e moças para reeducação no interior da China junto a agricultores em vilarejos pobres e distantes.
O filme é baseado na experiência do próprio diretor Dai Sijie nesses campos onde ficou 4 anos.
A película conta uma história de amor e descobertas entre 2 rapazes de 17 anos levados para reeducação e uma costureirinha dessa vila. É através da "subversiva" literatura ocidental de Balzac, Tolstói, entre outros que eles ensinam a simples e pobre menina a ler e conhecer mais sobre a vida e o mundo.
Uma pérola.