27 outubro 2004

Matadores de Velhinha

(The Ladykillers) EUA, 2004
Refilmagem do clássico filme de 1955, intitulado no Brasil, Quinteto da Morte, com direção e roteiro assinados pelos Irmaõs Coen e encabeçada por Tom Hanks (Náufrago e Forrest Gump).



Um grupo de larápios, decide roubar um cassino cavando um túnel. Para isso o atrapalhado quinteto aluga um quarto na casa de uma velhinha e se faz passar por músicos renascentistas. Comédia de erros menor de Joel e Ethan Coen (Fargo e Barton Fink), com alguns bons diálogos e excelente atuação de Irma P. Hall no papel da velhinha esperta. Infelizmente o filme não decola e provoca no máximo alguns bocejos. Fique com o original.

26 outubro 2004

Evil - Raízes do Mal

(Ondskam) Suécia, 2003
Não me perguntem de onde os tradutores nacionais arranjaram este complemento de título, pois não poderia ser mais infeliz. Se eu não soubesse que era um filme indicado ao Oscar 2004 de melhor filme estrangeiro, eu provavelmente não o teria pego para assistir. Tá admito que o fato de saber também se tratar de uma película sueca ajuda bastante, pois os países do norte europeu, apesar da pequena quantidade que nos chega, geralmente fazem filmes que me agradam. Acho que o simples prazer de escutar uma língua diferente das "normais" já traz um entretenimento, no mímino, diferente.
O filme não trata de nenhum assunto que já não tenha sido abordado, o caso do jovem, nos anos 50, que por maus tratos dentro de sua própria família, sai distribuindo porrada em seus colegas de classe, fazendo com isso, que seja expulso de sua escola e levado a um internato ultra-rigoroso e cheio de regras. Neste lugar, devendo se afastar dos problemas para poder passar de ano, acaba se deparando com situações complexas de relacionamento que conduzem o filme. Boa pedida.


25 outubro 2004

Eu, Robô

(I, Robot) EUA, 2004
Confesso que não existe coisa pior numa estória de ficção científica que um filme mal feito ou um que não empolga. Tá certo que Eu, Robô não se enquadra no primeiro quesito, pois a produção usou e abusou de efeitos digitais, especiais e de som. O problema está na trama que não consegue empolgar, talvez pela forma que foi conduzida, ou por ser fraca mesma. Sei que o filme se baseou num conto de Isaac Asimov, mas confesso que nunca o li.
Acho que muitas das estórias de Philip K. Dick, Isaac Asimov e outras assumidades do gênero ficção perdem muito da força ao serem transpostas para a tela. Algumas funcionam bem, como Blade Runner, só para citar meu preferido, mas a grande maioria se transforma e apenas mais um filme de ação...
O diretor Alex Proyas (O Corvo) bem que se esforça, mas o excesso de efeitos, a canastrice de Will Smith e o roteiro não me deixam mais muita esperança no gênero....Que venha o golpe final com Star Wars Episódio III!!!

21 outubro 2004

The Best of 90's

Os Bons Companheiros (1990) de Martin Scorsese;
O Silêncio dos Inocentes (1991) de Jonathan Demme;
The Commitments (1991) de Alan Parker;
O Jogador (1992) de Robert Altman;
Em Nome do Pai (1993) de Jim Sheridan;
Pulp Fiction (1994) de Quentin Tarantino;
Um Sonho de Liberdade (1994) de Frank Darabont;
Forrest Gump (1994) de Robert Zemeckis;
Os Suspeitos (1995) de Bryan Singer;
Underground (1995) de Emir Kusturica;
Trainspotting (1996) de Danny Boyle;
O Povo Contra Larry Flint (1996) de Milos Forman;
Segredos e Mentiras (1996) de Mike Leigh;
Contato (1997) de Robert Zemeckis;
Melhor é Impossível (1997) de James L. Brooks;
Jogos, Trapaças e 2 Canos Fumegantes (1998) de Guy Ritchie;
Matrix (1999) de The Wachowski Brothers;
Beleza Americana (1999) de Sam Mendes;
O Clube da Luta (1999) de David Fincher.

19 outubro 2004

Monster - Desejo Assassino

(Monster) EUA, 2003
Premiada com o Oscar e o Globo de Ouro 2004 como melhor atriz, Charlize Theron (Uma Saída de Mestre e O Advogado do Diabo) arrebenta nesta monstruosa recriação da vida de Aileen Wournos, serial killer executada em 2002. Confesso que foi difícil assistir essa beldade caracterizada como tal, mas sua interpretação vale cada frame do filme. O filme é duro, forte, porém sem apelar para o dramalhão. Consegue, inclusive, não levantar nenhuma bandeira de salvação ou de acusação. A diretora Patty Jenkins se preocupou em aproveitar as locações reais por onde viveu Aileen (Lee), desta maneira, conseguiu dar mais consistência a história de sua jornada.
Christina Ricci (Tempestade de Gelo e A Família Addams), no papel de sua namorada Selby, faz o oposto de Lee, ingênua e maria-vai-com-as-outras, excelente contra-peso à Charlize.
Um bom filme para pessoas que não se importam somente em divertir-se, mas também em tentar aprender com armadilhas que a vida nos apresenta.



Para não dizerem que sou fresco, vejam a transformação da minha musa (segunda foto).

18 outubro 2004

Em Carne Viva

(In The Cut) EUA, 2003
Sombrio, obscuro e pornográfico talvez sejam os mais adequados adjetivos para definir esta nova película da diretora de O Piano, Jane Campion.
Por mais estranho que possa parecer, ainda estou tentando buscar uma boa definição para o que vi. Ligue-se em Meg Ryan, atuando de verdade, com profundidade e desenvoltura, coisa que nunca o fez, e em Mark Ruffalo no papel do detetive-amante.
Esteticamente forte e de atuações convincentes (ponto forte da diretora), o filme prende a atenção no início, porém decepciona em seu fechamento. Talvez essa a razão de sua passagem relâmpago nos cinemas tupiniquins e tão rápida para o mercado doméstico de VHS/DVD.
Ahhh....Jennifer Jason Leigh também está lá, interpretando...hummmm...digamos que ela mesma, para variar.

15 outubro 2004

The Best of.....80's

Bem, continuamos então a (nem tão) famosa saga dos meus top tops....
Apesar das pífias manifestações dos leitores (tá bom confesso, quero confeti).
Aí vai!!!
Touro Indomável (1980) de Martin Scorsese;
Na Época do Ragtime (1981) de Milos Forman;
O Mundo Segundo Garp (1982) de George Roy Hill;
Blade Runner (1982) de Ridley Scott;
Era uma Vez na América (1983) de Sergio Leone;
Os Eleitos (1983) de Philip Kaufman;
O Exterminador do Futuro (1984) de James Cameron;
Os Gritos do Silêncio (1984) de Roland Joffé;
Amadeus (1984) de Milos Forman;
A Família (1985) de Ettore Scola;
Minha Vida de Cachorro (1985) de Lasse Halstrom;
Brazil, o Filme (1985) de Terry Gilliam;
O Urso (1988) de Jean-Jacques Annaud;
Conduzindo Miss Daisy (1989) de Bruce Beresford;
Meu Pé Esquerdo (1989) de Jim Sheridan.

Agora falta pouco!!

14 outubro 2004

Somebody?

Alguém tem lido alguma dessas bobagens que tenho escrito?
Se sim, por favor se manifestem!!
Faça alguma coisa Mutley!!!

13 outubro 2004

Alguém Tem que Ceder

(Something's Gotta Give) EUA, 2003
A mesma diretora de "Do Que as Mulheres Gostam", Nancy Meyers, mais uma vez se fez valer do vasto conhecimento do mundo feminino para tecer uma trama repleta de gags e incursões cômicas nos relacionamentos homem-mulher. Assim como em seu filme anterior, utiliza a figura do solteirão convicto e carismático como fio condutor. Desta vez, Jack Nicholson no papel de Harry Langer, destila charme, carisma interpretando a si mesmo, no papel do sessentão papa moças beirando os 30 (papel parecido com o de Mel Gibson no filme mencionado).



O que não funciona na trama?
Simplesmente a graça do filme acaba na primeira hora de filme!!! Depois disso só sobram alguns momentos românticos e outros pseudo-engraçados. O duo Jack Nicholson e Diane Keaton dispensam apresentações, e a sincronia dos dois em cena está bárbara, mas mesmo assim faltou pimenta nessa janta!!!

A Janela Secreta

(Secret Window) Eua, 2004
O diretor David Koepp adora um bom suspense, já dirigiu bons filmes (Ecos do Além e Efeito Dominó), mas é escrevendo que tem seus maiores feitos comerciais (O Quarto do Pânico, Homem-Aranha, Jurassic Park e Missão Impossível, só para citar os mais mais).
Desta vez não poderia ser diferente. Pegou um conto do mestre Stephen King, Secret Window-Secret Garden, e construiu um bom filme que conta a história de um escritor em meio a um divórcio, e em plena crise criativa.
Acusação de plágio, mortes, uma casa afastada e um bom elenco, Johnny Depp, John Turturro e Timothy Hutton, dão sustentação ao thriller. Uma boa pedida.


12 outubro 2004

The Best of...70's

Seguindo então:

M.A.S.H (1970) de Robert Altman;
Patton (1970) de Franklyn J. Schaeffner;
Operação França (1971) de William Friedkin;
Laranja Mecânica (1971) de Stanley Kubrick;
Sob o Domínio do Medo (1971) de Sam Peckimpah;
O Poderoso Chefão (1972) de Francis F. Coppola;
Amargo Pesadelo (1972) de John Boorman;
O Exorcista (1973) de William Friedkin;
A Conversação (1974) de Francis F. Coppola;
Chinatown (1974) de Roman Polanski;
O Poderoso Chefão Parte 2 (1974) de Francis F. Coppola;
Um Dia de Cão (1975) de Sidney Lumet;
Um Estranho no Ninho (1975) de Milos Forman;
Todos os Homens do Presidente (1976) de Alan J. Pakula;
Taxi Driver (1976) de Martin Scorsese;
Star Wars (1977) de George Lucas;
Os Duelistas (1977) de Ridley Scott;
O Franco Atirador (1978) de Michael Cimino;
Apocalypse Now (1979) de Francis F. Coppola; e
Alien - O 8º Passageiro (1979) de Ridley Scott.

11 outubro 2004

As Bicicletas de Belleville

(Les Triplettes de Belleville) França/Canadá/Bélgica, 2003
Excelente filme de animação (indicado ao Oscar 2003) feito pelo diretor Sylvain Chomet, que conta a jornada de um avó em procura de seu neto raptado durante uma etapa do Tour de France. Preste atenção na animação estilo Disney anos 60 (Guerra dos Dálmatas e Os Aristogatas) e na caracterização de todos os personagens. São mafiosos retangulares, cidadãos gordos, vedetes comedoras de rãs, e um cachorro que late para trens. A cena do pedalinho é de um lirismo impressionante. Imperdível!!


The Best of...60's

Depois de ter lido o blog do meu amigo FKS, tive a idéia nada original, diga-se de passagem, de fazer uma lista com os melhores filmes. Até porque, o gosto varia muito de pessoa para pessoa.
Porém, ao invés de seguir um modelo geral, decidi fazer em blocos, ou seja, por décadas.
Começarei mostrando os meus top pelos anos 60 (1960-69):

Spartacus (1960) de Stanley Kubrick;
Psicose (1960) de Alfred Hitchcock;
Lawrence da Arábia (1962) de David Lean;
Irma La Douce (1963) de Billy Wilder;
Blowup - Depois daquele Beijo (1966) de Michelangelo Antonioni;
A Primeira Noite de um Homem (1967) de Mike Nichols;
No Calor da Noite (1967) de Norman Jewison;
Um Convidado bem Trapalhão (1968) de Blake Edwards;
Bebê de Rosemary (1968) de Roman Polanski;
2001: Uma odisséia no espaço (1968) de Stanley Kubrick;
O Planeta dos Macacos (1968) de Franklyn J. Schaeffner;
Perdidos na Noite (1969) de John Schlesinger;
Easy Rider (1969) de Dennis Hopper;
Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969) de George Roy Hill.

Nos vemos nos Anos 70!!!

08 outubro 2004

Party Monster

(Party Monster) Eua, 2003


Depois de ter encarado encrencas do tipo Pagemaster e Riquinho (1994) e de se afastar por longos 9 anos do mainstream, Macaulay Culkin, o garoto prodígio de Esqueceram de Mim (1990), retorna personificando Michael Alig, um clubber organizador de festas mucho loucas, que acabou por matar um parceiro traficante. É, você não está lendo errado! O rapaz cresceu e decidiu marcar sua volta ao cinema, investindo numa carreira mais adulta. Acompanhado de Seth Green (Austin Powers, Saída de Mestre), Chloë Sevigny (Kids, Psicopata Amercano e Dogville), Dylan McDermott (Flores de Aço) e o maluco roqueiro Marilyn Manson, eles passam o filme todo curtindo uma vida despojada de responsabilidades, regada a muitas drogas, festas e glamour.
Digamos que seria o início do fim, o auge e a decadência de um estilo de vida. Os diretores Fenton Bailey e Randy Barbato fazem um filme que mistura drama, comédia e thriller num liquidificador, onde o resultado é uma espiral de risos, decadência e assassinato.
Preste atenção nas convincentes atuações de Seth Green (estriônico) e Macaulay (devastador), pois mostra para todos como que um pouco de coragem pode dar novo rumo a uma carreira morta.
E não venha me dizer que você não assiste a filmes de temática gay. Deixa de ser homofóbico e tira a bunda de casa!!!

07 outubro 2004

Madrugada dos Mortos

(Dawn of the Dead) EUA, 2004
Refilmagem do clássico, Zombie - Despertar dos Mortos (1978) , de George A. Romero, onde um belo dia, a terra é tomada por seres humanos zumbificados, sedentos por carne. Se no primeiro, as doses de suspense imperavam, nesta nova leitura, a ação e o movimento nervoso de câmera, somados à uma trilha sonora com muito rock pesado, dão as cartas do diretor estreante Zack Snyder. Com um elenco de atores encabeçados por Sarah Polley (O Doce Amanhã, Vamos!) e Ving Rhames (Pulp Fiction, Missão Impossível II), o filme destila momentos de pura diversão e adrenalina do início ao fim.



Diversão garantida para os adoradores do gênero e para quem busca por um momento unplugged do mundo real. Welcome to hell on earth!!
E não me venha dizer que você tem medo de monstros debaixo da cama!!!!!!

04 outubro 2004

Pelé Eterno

Brasil, 2004
Durante toda minha vida ouvi falar de Pelé, mas com uma devida distância por não ter tido a possibilidade de ver seus jogos e jogadas, com a exceção de alguns gols pela seleção que passam exaustivamente em tempos de copa do mundo. Sou de uma geração pós 70 que o melhor que pude presenciar foi Diego Maradona (aquele que adora uma carreira). Na verdade, acho que sempre acalentei um desejo de poder estar presente em um jogo de Pelé em sua maturidade futebolística.
Por isso, preparei-me como um sultão com tudo que tinha direito para assistir ao Rei. Refrigerante, balas, e bem acompanhado do meu travesseiro. Optei por fazer sozinho o meu debut.
Eis que o que vi não poderia ter sido de qualidade melhor. Desde a escolha de imagens, pois são quase 400 gols e jogadas magníficas, de arrepiar, entrevistas, fotografias e brilho, muito brilho.
Agora posso dizer que vi o Rei jogar e posso também dizer que é Rei porque não existiu ninguém que passasse perto de sua inteligência, de sua classe, de sua maestria. Pelé é Deus, ou o mais próximo que eu possa imaginar disso. Com certeza a melhor overdose que tomei este ano!

O diretor Anibal Massaini Neto juntou imagens de todo o mundo, numa pesquisa que durou mais de 5 anos. O resultado é um documentário irretocável, com jeito de quero mais. Uma película que, com certeza, dignificará a obra do Rei para as futuras gerações.
A minha dica? Mesmo que você não seja um amante, veja, e se for, compre, pois vale muito à pena.

"Beije Quem Você Quiser"

(Embrassez Qui Vous Vousdrez) Fra/Ing/Ita, 2003
As vezes se espera tanto de um filme, que simplesmente o resultado nos decepciona. Talvez tenha sido isso que aconteceu com esse filme de Michel Blanc. Talvez por se tratar de uma obra baseada em romance de relativo sucesso de Joseph Connoly, ou talvez por ter em seu cast uma grande quantidade de atores de peso (Charlotte Rampling, Carole Bouquet, Jacques Dutronc e o próprio Michel Blanc).
A verdade é que o filme lá pela sua metade começa a mostrar um lado nem tão interessante e não tanto construtivo. Seria melhor dizer quase que destrutivo. Destruição de relações, de amores próprios, etc. O que poderia ser uma boa comédia, passa a passos largos pelos sorrisos de surpresa, quase que de incredulidade da abordagem. Uma comédia de erros, do diretor e de sua interpretação para situações, que se para ele são cômicas, para mim são ridículas e sem propósito.
O melhor que posso dizer, na verdade é....reticências.

01 outubro 2004

Garotas do Calendário

(Calendar Girls) Inglaterra, 2003
Nigel Cole, diretor desta pérola inglesa, já havia conseguido arrancar gargalhas ao fazer O Barato de Grace (2000), explorando o tema de uma mulher que estás prestes a perder tudo, e por isso decide plantar maconha em seu jardim.
Desta vez, usando extrema sensibilidade e doses carregadas de humor inteligente e sarcástico, nos leva numa viagem ao interior da Inglaterra (Yorkshire), mostrando uma pequena cidade, envolta em sua rotina, onde as donas de casa se reúnem toda semana em um tipo de clube da luluzinha.
A morte do marido de Annie (Julie Walters, fantástica como sempre) desencadeia uma série de eventos que cria o título do filme.
Elenco certo (Helen Mirren, outro monsto sagrado), direção de atores na medida e roteiro além de inteligente, extremamente divertido, fazem deste filme uma ida ao cinema indispensável. Não perca, não deixe para assistir em vídeo, até porque filmes nem tão comerciais tem demorado bem mais que estas porcarias hollywoodianas...