27 setembro 2004

Roubando Vidas

(Taking Lives) EUA/Canadá, 2004
Acho que meu repertório cinematográfico não me permite mais apreciar um desses thrillers como a maioria das pessoas. É uma droga tu descobrir o responsável pela trama do filme já nas primeiras cenas. Talvez o erro do roteiro seja, justamente, tentar dar o máximo de atenção para um personagem, para depois dar uma "guinada" e surpreender os espectadores...Como diz aquele velho ditado: "quando a esmola é muita, o santo desconfia".
Que saco!!! Acho que estou entrando pro clube dos chatos....



Semana passada entrei na locadora e no fundo ouvi um comentário bem baixinho, quase que sussurado: "não oferece filmes para ele, porque ele é um chato de galocha, e provavelmente vai dizer não, obrigado, mas este filme eu não quero ver". Levantei meus olhos e vi um novato recebendo instruções do gerente...Devo estar pegando pesado...hehehehe
It's fucking boring to death....Angelina Jolie (Tomb Raider I e II) sucks!! Muita beleza, péssima escolha de roteiros.
Este até vale uma olhadela, para os menos exigentes, em função do bom elenco (Kiefer Sutherland, Ethan Hawke e Tcheky Karyo).

Anjos da Noite - Underworld

(Underworld) Inglaterra/Alemanha/Hungria/EUA, 2003
O diretor de videoclipes Len Wiseman, faz seu debut como diretor de longa-metragens em um filme de ação, que conta a estória de uma batalha de mais de 600 anos entre duas raças rivais, uma de vampiros e outra de lobisomens.
A produção caminha muito bem até a metade, quando o pequeno fiapo de estória se esvai e toca tudo pelo ralo. Daí para a frente, cai no lugar comum e se utiliza do mesmo chavão do gênero de ação, com muita perseguição, tiros (sim, tiros!!) e esconde-esconde.

Vale pela beleza em negro de Selene, a atriz britânica Kate Beckinsale (Pearl Harbor e Van Helsing), e pelo grande ator, também britânico Bill Nighy (Simplesmente Amor), no papel do vampirão Viktor.
Constatação final: passatempo razoável, mas somente para amantes do gênero chupa sangue.
PS: vem continuação aí.....o pior, não sei para que!!!

24 setembro 2004

Albergue Espanhol

(L'Auberge Espagnole) França/Espanha, 2002



A vida de Xavier (Romain Duris) nunca mais seria a mesma depois de um ano de intercâmbio em Barcelona. Ele, um estudante francês de economia, tímido e indeciso, descobre a vida em um apartamento dividido com vários estudantes de outras nacionalidades.
A leveza e a beleza que o diretor Cédric Klapisch conduz o filme, mostrando uma Barcelona linda, com seus defeitos inclusive (Tiago, me corrija se eu estiver errado!!), nos deixa uma sensação de quero-mais...
Bárbaro para assistir à noitinha, bem acompanhado então....demais....
A comédia que o Spielberg tentou e cobrou a penalidade para fora....

PS: o elenco não tem nenhum ator de majestade, mas conta com a participação de Audrey Tautou, de O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.

22 setembro 2004

O Terminal

(The Terminal) EUA/2004
A sensação que fica ao terminar o novo filme de Steven Spielberg, é a de que o diretor perdeu a oportunidade de realizar um grande filme. A história do Iraniano que fica preso ao terminal internacional do aeroporto Charles de Gaulle, realmente existe, é fato verídico. O problema é a transposição da vida deste homem para o cinema americano. Todos nós sabemos que Hollywood tem grande prazer em dourar as pílulas, criar situações engraçadas à dramas do cotidiano. O drama se foi. O que fica é um arremedo de situações cômicas, outras de sensibilidade. O aparecimento de alguns personagens desnecessários à história, também não acrescenta nada (Catherine Zeta-Jones no papel da aeromoça, por exemplo). O personagem principal, Viktor (Tom Hanks) - se apaixona por esta moça. Eu disse se apaixona? Como um cara consegue se apaixonar, preso a um aeroporto, sem falar direito um idioma (ou melhor, nada, pelo menos no início do filme), sem um puto no bolso, e com um comissário (Stanley Tucci, impagável) tentando se livrar dele.
Ficção Científica!! Só em filme de Steven Spielberg isso acontece. Sugestão? Assista ao filme, mas não espere pela verdadeira história, apenas por uma comediazinha barata que faz a gente sair do cinema com um sorriso amarelo na boca e pensando como teria sido melhor se tivesse sido filmado por um francês. Nota 6. E só pelo esforço dos atores de tentar dar maior verossimilhança a história. Eu disse tentar!



Sugestão ao Diretor: Spielberg, vá fazer a continuação de Minority Report que tu ganha mais, teu terreno é a ficção...

21 setembro 2004

Por um Triz

(Out of Time) EUA, 2003
Filme divertido e bem feito, apesar de ter uma trama bastante explorada (a do cara que foi ludibriado e tem que provar sua inocência), e que se passa numa cidade pacata e costeira (próxima a Miami)
O diretor Carl Franklin, de "O Diabo veste Azul", é bastante hábil e experiente, comandando bem o clima de suspense e ação, e conta com a grande ajuda do astro Denzel Washington como o personagem principal. Observe a beleza latina de Eva Mendes, grande candidata a nova "gostosona" e representante dos países latinos no cinema de Hollywood dos dias de hoje.



Se você busca diversão para uma tarde de chuva, é uma pedida bem divertida. Só não espere por nada de novo.

16 setembro 2004

Anna dos 6 aos 18

(Anna om 6 do 18) Russia/1993
Se tem um filme que eu deveria ter assistido a muitos anos, com certeza é esta pérola de Nikita Mikhalkov, diretor de O Sol Enganador (oscarizado em 1994 como melhor filme estrangeiro).
O filme é um apanhado de imagens documentadas, durante 13 anos, traçando uma linha de tempo envolvendo o crescimento de sua filha Anna e as grandes mudanças que tranformaram a União Soviética dos anos 80 à Rússia da Perestroika.
O diretor aproveita para traçar paralelos entre sua família e as avassaladoras mudanças sócio-políticas, e até econômicas de seu país.
Imperdível!! Lírico e contundente, sem precisar tomar um partido e colocar um único ponto-de-vista, diferentemente de outros diretores atuais (Michael Moore de Farenheit 9/11).
PS: talvez seja um pouco difícil de conseguir achar o filme em pequenas locadoras, em virtude do mesmo ter sido lançado somente em VHS a maios ou menos 10 anos atrás.


14 setembro 2004

Mestre dos Mares

(Master and Commander: The Far Side of the World) 2003/EUA
O filme se passa no início do século XIX, durante as guerra napoleônicas, onde o capitão de um barco inglês tem a missão de abordar uma fragata francesa, muito maior e mais armada que sua embarcação. Russel Crowe no papel do capitão e Paul Bellamy no papel do médico e amigo do capitão encabeçam esta trama de aventura.
O filme se preocupa bastante com o cotidiano do barco e as agruras de uma perseguição marítima, criando uma atmosfera bastante dura e verdadeira. Repare no trabalho de fotografia, oscarizada neste ano junto com a edição de som, simplesmente fantástica. Tente fazer sons de um navio em Guerra!!!
Vale ainda dar uma atenção para o excelente trabalho de desenho de produção. Boa pedida para uma tarde de chuva!

13 setembro 2004

Bem Me Quer...Mal Me Quer

(A La Folie...Pas du Tout) FRA/2002
Não se engane com o título nacional...esse não é um daqueles filmes melosos.
Digamos que seja uma pequena história de amor contada as avessas, onde todas as aparências enganam.
Aliás não vou nem contar nada da estória para não estragar...
Confira, pois vale a pena!!
Para quem gostou de O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Audrey Tautou é a atriz principal.


09 setembro 2004

O Dia Depois de Amanhã

(The Day After Tomorrow) EUA/2004
Mesmo desligando o botão "senso crítico", foi difícil agüentar o filme depois da metade...Deu um sono!!!
Fica bastante complicado suportar um filme tão longo e com uma abordagem tão superficial de seus personagens. Simplesmente o filme não te envolve. Eu diria que nem os efeitos seguram o filme. Aliás não deveriam segurar em nenhum...
Tão pouco a gurizada deverá ficar os 123 minutos sentada, pois como aventura a película não funciona. Tá mais para melodrama barato. Nota 6 e forçando a barra.



06 setembro 2004

Coração Sem Lei

(Lawless Heart) ING/2001
A morte de um indivíduo muda por completo o relacionamento de um grupo de pessoas em uma cidadezinha do interior da Inglaterra. Focando, principalmente, três personagens, os diretores destilam sua história através do olhar do sobrinho que volta para casa, do marido em crise existencial e do namorado do morto.Simples, honesto, bonito e bem feito. Uma agradável surpresa.


Ken Park

(Ken Park) EUA/2002
Em 1995, Larry Clark dirigiu “Kids”, um filme forte, que mostrava um inconsequente grupo de jovens americanos e sua perspectiva de vida. Em Ken Park, ele retoma uma variante do mesmo tema, porém abordando com mais ênfase nas famílias. O que se sucede a isso, porém, são seqüências de imagens equivocadas e de olhar distorcido. Em suma, um filme completamente desnecessário, para não dizer ultrajante. Por favor, fuja!!

03 setembro 2004

O Golpe

(The Big Bounce) EUA/2004
Para quem assistiu à “Jackie Brown”, “Irresistível Paixão” ou “O Nome do Jogo”, todos filmes baseados em estórias de Elmore Leonard, sabe que o escritor adora temas que envolvem trapaça, dinheiro, sedução, e muita confusão.
O Golpe (The Big Bounce) não é diferente. Filmado no Hawaí, com um enredo bastante divertido e um elenco que conta com bons atores (Morgan Freeman, Owen Wilson, Gary Sinise, etc), o diretor George Armitage descarrega um arsenal de piadas, armações e um jogo de gato caça rato.
Fica o registro da bela estréia da belíssima Sara Foster, no papel da sensual Nancy, fazendo as vezes de sedutora e pilantra de última categoria.


Mais uma dica: chega em breve aos cinemas, a continuação de "O Nome do Jogo" também baseado em roteiro de Leonard.

02 setembro 2004

Filmes para...

Galera!
Após conversas com alguns amigos, cheguei a conclusão que se faz necessária a criação de listas de filmes por algum tipo de gênero. Por ex: Filmes para ver em dias de chuva.
Pretendo, portanto, aos poucos definindo classes e colocando as dicas aqui.
Se alguém tiver alguma sugestão de assunto a abordar, favor manifeste-se, pois a participação de todos será muito bem-vinda.
Em no máximo uma semana a primeira lista será lançada. Aguardem.
Saravá!!!

Colateral

(Collateral) EUA/2004
O que dizer de um filme de Michael Mann (O Informante), com Tom Cruise no papel de um vilão (seu primeiro no cinema), produção de primeiríssima de Frank Darabont (Diretor de A Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade), e um time de atores coadjuvantes (Jada Pinkett Smith, Mark Ruffallo, Javier Bardem, etc.) de fazer inveja a qualquer outra produção de Hollywood?
Eu diria que eu esperava um pouco mais desta coleção de estrelas. Não que o filme seja ruim, pelo contrário. Diverte, passa o tempo. Mas talvez com a preocupação de manter o controle sobre um filme de tamanho orçamento e tamanha responsabilidade, fez com que os comandantes preferissem utilizar o módulo “segurança”, ao invés do “ousadia”. Não os culpo por isso, afinal de contas milhões de dólares estariam em jogo, mas um pouquinho de pimenta aqui e ali e um tanto menos de previsibilidade transformariam a percepção geral deste filme. A impressão que fica ao término é a de que assistimos a um bom enlatado, mas com certeza em um pequeno espaço de tempo já não teremos nenhuma grande lembrança a respeito. Nenhuma cena antológica, nenhum momento de excelência cinematográfica.





Bom, para não dizerem que eu sou uma pessoa que só torço o nariz para as grandes produções cinematográficas, sou obrigado a apontar alguns pontos muito positivos no filme. A primeira é a direção de fotografia, que alterna momentos nervosos, jogos de luzes, closes e mostra toda a grandiosidade de uma Los Angeles à noite.
Outro ponto é a atuação nervosa de Tom Cruise. Diferentemente de papéis anteriores ele consegue imprimir um ar de bandido ao personagem, coisa difícil de conseguir de um ator acostumado a interpretar somente mocinhos e heróis. É a personificação do anti-herói.
Em compensação a maquiagem colocada em Tom Cruise não funciona. Não sei se a tentativa foi de envelhecer o personagem e passar um ar de experiência, mas em certos ângulos, principalmente no início, parece falsa. E isso num filme deste porte, a meu ver é imperdoável.
Tirando isso acho que como diversão vale, mas não espere uma lição de vida.