29 abril 2005

O Clã das Adagas Voadoras

(Shi mian mai fu) China/Hong Kong, 2004.

Zhang Yimou é o maior expoente do cinema chinês. Lanternas Vermelhas mostrou ao mundo a beleza e o lirismo de uma China milenar.
Em O Clã das Adagas Voadoras, Yimou aborda um período da história chinesa que se passa em 859, na dinastia Tang, onde guerrilhas lutavam contra um governo corrupto e violento.
A ação envolve um capitão de polícia (Andy Lau) e um de seus homens (Takeshi Kaneshiro) que é infiltrado num bordel de luxo para investigar a possibilidade de haver lá uma jovem (Zhang Ziyi) que pode ser a filha do líder do grupo Adagas Voadoras.

Ainda não consegui assistir à Herói, seu primeiro filme de artes marciais, mas se o mesmo for apenas a metade deste filme já é uma excelente pedida.
Yimou consegue atingir um grau de qualidade tão extraordinário com a imagem que nos é mostrada que até mesmo o roteiro meio romântico demais fica em segundo plano. A direção de fotografia é estupenda (não perguntem como perdeu o Oscar, que papelão político!!), o silêncio que permeio os diálogos é necessário, a imagem diz tudo.
Não espere por um filme de ação nos moldes norte-americanos. A coreografia de lutas consegue ser muito superior a O Tigre e o Dragão, de Ang Lee, a cena no bambuzal é mágica e histórica. Mas é claro que como se pressupõe de um filme oriental, a ação existe, mas é apenas conseqüência necessária da história. Não é cinema pipoca, mas sim CINEMA.
Mas não esqueça de se libertar de suas predisposições cinematográficas e realistas ao apreciar este filme, pois de outra forma não conseguirá enxergar a poesia e o lirismo proposto por Zhang Yimou e embarcar em O Clã das Adagas Voadoras.

27 abril 2005

Olga

Brasil, 2004
Desde que vi o trailer de Olga em meados do ano passado eu havia dito que não assistiria nem amarrado. O porque desta decisão? Porque um filme dirigido por um diretor de novelas (Jayme Monjardim, aquele que pediu demissão de América), especialista em cenas de impacto visual para fortes emoções, não poderia ser muito melhor que algo tipo Pantanal ou Terra Nostra.
Se não assisto estas porcarias da televisão, por que o faria no cinema?
Bom...após insistentes pressões de minha querida namorada, pegamos o dvd no final de semana passado e eis que tenho uma surpresa!! O filme consegue ser ainda pior do que havia imaginado.
Sonolento, mal dirigido, mal escrito, atuações risíveis, enfim um legítimo melodrama!
Apostando numa fórmula fácil, o roteiro elimina toda e qualquer surpresa ao entregar no início da trama a personagem central em decadência física num campo de concentração nazista. Daí em diante não sobra muito para adivinhar. Outro tropeço enorme está na recriação de Luís Carlos Prestes (Caco Ciocler). Transformaram o ícone socialista brasileiro num personagem prá lá de bundão, numa interpretação deplorável. Tá certo que pelo que se lê nos livros de história seu perfil nunca foi muito expansivo, mas Prestes merecia mais.
Outro ponto que não se entende no filme é como se inicio a paixão de Olga por Prestes, pois o roteiro trata tudo de uma forma muito rasteira e esquemática. Clichê puro.
Camila Morgado como Olga (numa atuação caricata), Fernanda Montenegro (que roubada hein?), Osmar Prado, e entre outros se esforçam bastante, mas falta direção mesmo. Falta convicção e coragem para filmar e arriscar mais.

Fico muito triste de ver uma reconstrução de nossa história tratada com tamanho desleixo.
Para se ter uma idéia, fica muito dificil de situar-se no filme, pois mesmo os personagens estando na União Sovética, Alemanha, num navio ou no Brasil, a língua utilizada pode ser sempre uma surpresa, oras alemão, oras russo, oras português. Eu não consigo imaginar a chefe de uma prisão alemã falando um português com sotaque carregado de alemão e as vezes em alemão mesmo....complicado. É cômico para não dizer trágico.
Já não é a primeira e nem será a última produção da Globo Filmes que trata cinema com ares folhetinescos. É incrível a facilidade que a produtora cria filmes insípidos e rasos, Deus nos acuda!!!
Também, o que se esperar de uma rede de televisão fazendo cinema? No mínimo, consideração pela sétima arte!!!

22 abril 2005

Assistam no Cinema!!!

Pessoal ando tão atrasado nos meus posts que os filmes tem acumulado e nada de comentários.
É óbvio que não conseguiria escrever sobre todos os filmes que vejo. Gostaria, mas sei que não dá.
Assim, preciso comunicar aos incautos que assistam a dois filmes que estão em cartaz nos cinemas e que não devem ser deixados para assistir-se em video ou dvd.

Mar Adentro (Mar Adentro - Espanha, 2004) é daqueles filmes de fotografia estupenda, com um ator de tirar o chapéu (Javier Bardem) e uma história séria e pesada, porém contada com muita sensibilidade. O elenco de apoio não deixa por menos, é de arrebentar. Não é por nada que em cada festival que passou levou vários prêmios, inclusive Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2004.
Vale cada centavo dispendido.


Menina de Ouro (Million Dollar Baby - EUA, 2004) é um filme de Clint Eastwood (as vezes ele mija fora do pinico) que não precisar provar mais nada, que conta uma história comum sobre vencer na vida, mas que em função de contar com um elenco arrasa-quarteirão, o próprio Eastwood, Hillary Swank e Morgan Freeman, vale cada frame visto. Simples e bem feito. Só podia dar no que deu, Oscar na cabeça, seja por política, seja por qualidade. Nota 9.



Gente, sei que fui curto, espero ter sido substancioso. Bom proveito e até a próxima (que seja breve).

15 abril 2005

Winbledon - O Jogo do Amor

(Winbledon) Inglaterra, 2004.
Nos moldes de Quatro Casamentos e um Funeral, Um lugar Chamado Notting Hill e Simplesmente Amor, seus criadores nos brindam com mais uma comédia romântica acima da média. Acima da média porque foge do tradicional besteirol americano, dos filmes de roteiro burro e aborrecente.

Paul Bettany (Dogville e O Senhor dos Mares) faz Peter Colt, um tenista em fim de carreira que vai disputar seu último torneio de Winbledon como convidado. Lá conhece uma tenista em ascensão, Lizzie Bradbury, interpretada pela bonitinha Kirsten Dunst (Homem-Aranha 1 e 2).
Não é que o cara volta a jogar bem?!! Também...batendo aquela bolinha....
Com direção leve de Richard Loncraine (do excelente Ricardo III), Winbledon garante uma diversão descompromissada.
Divirtam-se!!

13 abril 2005

Super Size Me - A Dieta do Palhaço

(Super Size Me) EUA, 2004.
Esta moda de documentário-denúncia está rendendo vários frutos...e dizer que tudo começou com Tiros em Columbine....
Sem dúvida Michael Moore é o grande responsável por isso, pois seu Tiros em Columbine despertou inúmeros espectadores ávidos por informação e principalmente confusão....hehehe.
Super Size Me é dirigido por Morgan Spurlock, um lunático que decidiu fazer uma dieta à base de McDonald's durante 30 dias, 4 refeições por dia, inclusive líquidos. Detalhe: se alguém lhe oferecesse a versão super size, seria obrigado a aceitar. Regras são regras.
Spurlock assim começou sua via-crucis, acompanhado de perto por médicos, nutricionistas e sua namorada vegetariana.
Quanto ao conteúdo do filme, é claro que não podemos levar em consideração uma informação baseada numa só pessoa que durante 30 dias consumiu somente McDonald's em larga escala (qualquer bozó saberia que isso daria em porcaria), porém o filme consegue ser muito bom, pois Spurlock recheia ele com informações sobre peso, obesidade, hábitos de alimentação norte-americanos, etc, etc.
Tirando o sensacionalismo que gerou (o McDonald's suspendeu a venda dos lanches Super Size nos States justamente na época do lançamento do filme), Super Size Me é diversão pura, engraçado, instrutivo e apavorante ao mesmo tempo. E não preciso dizer que o cara engordou um pouquinho....(risos).

07 abril 2005

Sideways - Entre Umas e Outras

(Sideways) EUA, 2004
Alexander Payne já disse a que veio para a indústria de cinema em Hollywood. Fazer bons filmes com histórias bem escritas e atores seguros. Nada de blockbusters (termo usado para os filmes de grande bilheteria, significa arrasa-quarteirão). Ruth em Questão (1996), Eleição (1999) e As Confissões de Schmidt (2002), atestam essa afirmação, Sideways não é diferente.
Calcado em uma boa dupla de atores principais, Paul Giamatti (Anti-Herói Americano) e Thomas Haden Church (George O Rei da Floresta), com uma excelente química e um roteiro bem escrito e inteligente, consegue tirar o máximo de sua história normal de dois amigos que decidem fazer uma viagem para aproveitar a despedida de solteiro de um. Noitadas, neuras, vinhos (bota vinho nisso), paixão e desilusão são a espinha dorsal do filme. Por vezes engraçado e em alguns momentos dramático, Sideways é uma excelente pedida para quem gosta de ver cinema, se divertir e ainda achar alguma informação para tocar sua vida adiante. Recomendo.

05 abril 2005

Em Bloco - Parte 1

Nas últimas semanas assisti alguns filmes de ação/suspense, eis os nenéms:

Rios Vermelhos 2 - Anjos do Apocalipse
(Les Rivières Pourpres 2 - Les Anges de L'Apocalypse) Fra/Ita/Ing, 2004

Policial com Jean Reno encarnando o mesmo investigador do primeiro filme onde 2 policiais investigam uma conspiração criminosa envolvendo um mosteiro e mortes misteriosas. Bom filme de ação, ainda superior ao primeiro. Climão fantástico e seqüências de ação envolventes. Com Christopher Lee no papel do vilão. Boa pedida!



Vidocq
França, 2000


Filme com Gerard Depardieu no papel de um policial do século XIX na França que investiga o desaparecimento de jovens meninas e enfrenta um vilão que utiliza uma máscara espelhada para tirar as almas das pessoas. Aventura de suspense fantástica, estréia da direção de Pitof, diretor do péssimo Mulher-Gato. Ação com edição vertiginosa e muitos efeitos especiais. Médio.


Sob o Domínio do Mal
(The Manchurian Candidate) EUA, 2004

Refilmagem do clássico de 1962 que tinha como pano de fundo a Guerra Fria e agora, com roupagem nova, sobre Guerra do Kuwait e terrorismo.
O diretor Jonathan Demme (Silêncio dos Inocentes) filmou pouco nos últimos tempos e além disso tem errado a mão e escolhido material fraco. Mais uma vez Denzel Washignton exagera na atuação e faz um papel lugar comum. Nada de novo. Se quiser coisa boa, fique com o original.