Bem-Vindo à Selva

(Welcome to the Jungle) EUA/2003
O que se pode esperar de uma película que se propõe a retratar uma cidade em plena selva amazônica, filmada no Havaí, e com o candidato a astro-músculo sem cérebro do momento (The Rock)?
Eu diria que a premissa até que não é ruim. O brabo é ter aguentar alguns atores se esforçando para falar um pseudo-português (mais parece uma mistura de espanhol com catalão....hahaha) e tentando transformar a trama caça ao tesouro, estilo Indiana Jones, num filme divertido.
Ponto para a coreografia de lutas e para o vilão, interpretado por Christopher Walken. Tirando isso, caímos no velho filme pipoca sem cabeça.....
Caiu aqui: e eu que não gosto de pipoca, como fico?

Laurel Canyon - A Rua das Tentações

(Laurel Canyon) EUA/2002

Se você é daquelas pessoas que precisa de filmes auto-explicativos, este definitivamente não é para você. Através de um elenco de primeira linha, uma boa idéia, e um orçamento enxuto, a diretora Lisa Cholodenko, de HIGH ART, conseguiu criar um filme de pequenas camadas, nuances e texturas. O filme consegue, com Hollywood de pano de fundo, traçar um teia de relacionamentos entre uma mãe produtora musical, seu artista amante do momento, seu filho e a namorada e ainda uma residente de medicina.
Não espere por finais felizes, ou tristes. Na verdade quem determina isso é você. A vida é assim mesmo. Depende do ângulo que você foca.
PS: preste atenção na trilha de rock, folk, pop que bebe na fonte do produtor do U2, Daniel Lanois.
PS: a atriz Kate Beckinsale está simplesmente de tirar o fôlego com sua beleza.

Anti-Herói Americano

(American Splendour) - EUA/2003
Porto Alegre é uma provínicia mesmo!! Desde março aguardo a oportunidade de assistir a este filme, mas pasmem somente agora entrou em cartaz e para piorar somente numa única sala. Falando assim, vocês até poderiam pensar que se trata de filme de arte, ou uma daquelas bombas que nenhuma alma em poder de suas faculdades mentais se arriscaria de gastar alguns trocados para assistir numa sala de cinema.
Ledo engano. Película de primeira, com certeza uma das mais inteligentes, engraçadas, deprimentes, sarcásticas e debochadas que assisti este ano. O título até poderia ser "a vida como ela pode ser", hehehehe. Grata surpresa apesar que todas as críticas e sinopses que li neste meses que se passaram, indicavam que seria um ótimo filme.
O título brasileiro, para variar, não deixa demonstra a real verdade sobre o filme. Poderia ser mais desses Batmans, Catwomans ou Homens-Aranhas do gênero.....pura besteira. Já o título americano, diz tudo. Esplendor Americano.
Uma vida comum, de uma cara comum que gosta de ser assim e que não sabe como ser diferente. O que muda, é a forma de se analizar essa figura e de que maneira ela encara seu percurso. Muito legal. Edição bárbara, roteiro muito bem engendrado, atores vivendo seus papéis com grande intensidade e direção firme e econômica. Tudo na medida certa.
Para quem gosta de cinema de verdade e não esses blockbusters de verão americano. Prato cheio.
Saludos!!

Como deixar de lado a indiferença...

Atendendo aos pedidos de algumas pessoas, selecionei uma série de filmes representativos do cinema mundial recente. Não quero que pensem que este é um clube fechado. Não, nada disso. Apenas acho necessário se fazer a distinção clara e nítida entre o cinema pipoca norte-americano e o que chamamos de cinema de conteúdo. Filmes de diretor.....
Nesta seleção optei por filmes que causaram fortes sensações em mim.
Nada de indiferença, por que cinema para mim, tem que ser deste jeito, sem meias palavras, como se fosse um soco de direita na boca do cérebro....
Ahhh....detalhe importante, procurei fugir de alguns nomes mais óbvios:

- A Enguia - de Shohei Imamura (Japão);
- Meu Nome é Joe - de Ken Loach (Inglaterra);
- Zona de Conflito - de Tim Roth (Inglaterra);
- Psicopata Americano - de Mary Harron (EUA);
- Plata Quemada - de Marcelo Piñero (Argentina);
- A Garota na Ponte - de Patrice Leconte (França);
- Amores Brutos - de Alejandro González Iñarritu (México);
- Felicidade - de Todd Solondz (EUA);
- Violência Gratuita - de Michael Haneke (Áustria);
- Jean de Florette - de Claude Berri (França);
- O Dia da Besta - de Alex de La Iglesia (Espanha);
- Violento e Profano - de Gary Oldman (Inglaterra);
- Na Companhia de Homens - de Neil LaBute (EUA);
- Irreversível - de Gaspar Noé (França);
- Os Idiotas - de Lars Von Trier (Dinamarca);
- O Rio - de Tsai Ming-Liang (Taiwan);
- Ladybird, Ladybird - de Ken Loach (Inglaterra);
- O General - de John Boorman (Inglaterra);
- 11 de Setembro - vários diretores;
- Bem-Vindo à Sarajevo - de Michael Winterbottom (Ing/Fra).

Outra hora coloco mais uns por novas razões....enjoy!!

O Pagamento

(Paycheck) EUA/2003
Qual pessoa em sua sã consciência apagaria da memória seus 3 últimos anos de vida? Creio que por mais doloridas e terríveis, estas experiências são o cerne que abastece o caráter dos seres humanos. Sem nossa memórias e experiências, nossa passagem pela terra se tornaria um grande vazio.
Esta é a premissa inicial do novo filme do diretor John Woo. Ben Affleck faz o papel do engenheiro Michael Jennings, especialista em desconstruir aparelhos providos com novas tecnologias e vender estes novos segredos na forma de produtos melhorados para seus contratantes. Por estes servicinhos de espionagem industrial, Michael recebe polpudos salários ao final de cada processo finalizado. Porém o preço que paga por isso também é alto, pois ao final de cada serviço, ele tem deletadas de sua mente todas as informações correspondentes ao período que desenvolveu seu trabalho.
Como filme de ação, John Woo, conseguiu criar um excelente entretenimento, com cenas de ação bem dosadas e com pitadas de romance e suspense na hora certa. Melhor que muitos no gênero recentemente. Um bom thriller para assistir ao lado de um balde de pipoca e um litrão de refrigerante (os puritanos que me perdoem!!). De quebra, leve a beleza glacial e loira de Uma Thurman.
Por falar em memória deletada, assistam à BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS, novo filme de Jim Carrey (em papel mais ou menos sério), em que ele tenta apagar de sua memória as lembranças de sua antiga namorada, mas ao se dar conta que perderia tb os bons momentos, se arrepende e.......veja o filme.

Fahrenheit 11 de Setembro

(Fahrenheit 9/11) EUA/2004
Acredito que quase todas pessoas interessadas em assuntos gerais, no mínimo tenham ouvido falar do filme que arrasou em Cannes, durante o mais badalado e mais famoso festival de cinema homônimo. Filme este que promete tentar liqüidar com as chances de George W. Bush reeleger-se para presidente nos Estados Unidos. Provavelmente também seja sabido que o diretor do longa, Michael Moore, seja um sujeito ácido e extremamente tendencioso para mostrar seu ponto-de-vista.
Creio que a grande notícia em relação ao filme é que ele realmente consegue ser um bom filme. Faz sua crítica com eficácia e diversão. A edição do longa é bastante ágil, consegue não ser atordoante, como nesses tempos de diretores "made in MTV". A música é excelente coadjuvante, aliás ela se faz presente quando tem que ser notada. E o roteiro, apesar de perder algum fôlego no final e se tornar um pouco cansativo, não prejudica a performance final do filme.
Indico a todos. Assista sem preconceito e tente filtrar as informações, pq afinal de contas, como diria um velho ditado - "o papel aceita tudo". Parafraseando: o cinema aceita tudo.

Dica: Para quem gostou deste e não assistiu Tiros em Columbine, assista!!!

Chegada

Olá pessoal!

Estou chegando no pedaço para tentar, sem pretensão nenhuma, escrever sobre minha experiência assistindo filmes. Espero que todos vcs gostem de participar, criticar, e dividir comigo estas experiências.
Abraços em todos e vamos lá!